A comunidade Despertar lota o Planetário em noite de Astronomia

No último dia seis (06.10.11) os pais, avós, tios, familiares e amigos dos alunos da 2ª série se reuniram no Museu do Parque do Saber, em Feira de Santana, para participar da nossa segunda visita ao Planetário este ano. Enquanto os pais e as crianças iam chegando, começamos uma observação do céu a olho nu, no pátio do Museu. Vimos que as luzes da cidade criam uma espécie de poluição luminosa, que dificulta a observação das estrelas, mas mesmo assim pudemos ver toda a constelação do Escorpião, as estrelas Alfa e Beta do Centauro, as estrelas Al Nair e Al Danab, da constelação do Grou, Vega, da constelação da Lyra, e as principais estrelas do Cisne. Foi um momento muito gostoso, cada vez chegavam mais crianças e pais, e as crianças interagiam organizadamente. Um dos meninos comentou que se a gravidade da Terra fosse igual à de Júpiter, uma pessoa não conseguiria tirar o pé do chão para dar um passo, e outros lembraram que já na Lua, a gravidade é seis vezes menor do que na Terra. Fiquei muito feliz em ver o quanto todos estavam sabendo sobre o assunto e que o assunto estava sendo bem trabalhado em sala de aula pelas nossas queridas professoras Joyce, Carla e Ane.

A presença e o envolvimento dos pais, no entanto, me deixou especialmente feliz. Estas primeiras observações das estrelas costumam deixar um registro indelével na lembrança das crianças, e são ainda mais ricas quando estas lembranças são associadas aos nossos entes queridos.

O meu amiguinho João Francisco, que estava na 2ª série do ano passado, pediu para a mamãe levá-lo novamente. Imaginem vocês como fiquei feliz! Ele até me levou um presente surpresa, uns doces caseiros deliciosos que eu adoro, mas o melhor presente que o João podia me dar, foi eu perceber que ele lembrava de tudo que havíamos aprendido ano passado, e continuava interessado e aprendendo mais! Assim como o João, toda a turminha vem demonstrando um estimulante interesse no assunto.

Quando estavam todos reunidos, entramos e ocupamos quase todas as 165 poltronas da Cúpula do Planetário. Nossa querida coordenadora Izabella Saback deu as boas vindas a todos e fez a apresentação da atividade. Depois foi a vez do diretor do Museu, o senhor Basílio dar as boas vindas, e então iniciamos nossa atividade usando o projetor ZKP-4, da Carl Zeiss, que com grande similaridade é capaz de projetar na cúpula do planetário as estrelas do céu. Começamos com a projeção do céu como estava sobre a cidade de Feira naquele momento, e pude dar algumas dicas para a observação do céu da Primavera, como a observação de Vênus, das Plêiades e das Três Marias. Em um segundo momento, usando o programa Uniview, a partir de um sobrevôo sobre nossa cidade, entramos em órbita da Terra, ultrapassando a atmosfera e atingindo o espaço exterior. A simulação deste vôo é bem legal e nos proporciona um passeio que até hoje só foi feito por um número relativamente pequeno de pessoas, mas que provavelmente, no futuro não muito remoto será tão comum como hoje são os vôos comerciais de passageiros. Como destaquei na palestra: “... a época contemporânea será estudada nos livros de história, futuramente, como a época das primeiras Navegações Espaciais...”. Mas enquanto o futuro não vem, seguimos nossa viagem virtualmente, indo até a Lua e observando o seu lado oculto.

Passamos pelos planetas rochosos, visitamos os vales e montanhas de Marte, vimos as manchas de Júpiter de bem perto e os anéis de Saturno, e continuamos seguindo até nos afastarmos do nosso próprio sistema solar. Vimos a Terra e o Sol de tão longe, que a Terra parecia um pontinho azul no céu e logo sumiu, e o Sol se tornou uma estrelinha que à medida que nos afastávamos mal podíamos distinguir entre tantas outras. Foi assim que saímos da nossa própria Galáxia e também dela nos afastamos tanto que pudemos ter uma ideia de qual é a aparência provável do universo observável se fosse visto a uma determinada escala de distância. Uau! Que aventura!

O Universo é tão grande que muitas pessoas se sentem pequenas perante esta grandeza, mas uma das primeiras coisas que nossa turminha aprendeu sobre o Universo, é que nós não somos pequenos diante de sua grandeza, nós somos parte dela. Somos parte importante de um Universo que é grandioso e belo, que contém tudo o que conhecemos e amamos, onde acontecem nossos sentimentos e sonhos. E vimos que é neste lindo planeta azul, a Terra, que teremos que aprender a conviver em paz e com respeito à natureza.

Assim, reiterando nosso agradecimento aos pais e familiares pela presença, cujo valor tem importância fundamental no objetivo do “Projeto de Olho no Céu”, encerramos nossa atividade com uma contagiante salva de palmas. Na saída, muitos se lembraram de observar o planeta Júpiter, como havíamos indicado que estaria ao final da palestra, se destacando no céu em frente ao Museu.

Boas observações!
Fernando Munaretto