11/21/2013

IV MOSTRA DE ASTRONOMIA DA ESCOLA DESPERTAR



Oi, turma!

A IV Mostra de Astronomia das turminhas da segunda série da Escola Despertar, realizada no saguão e na cúpula do Planetário do Museu Parque do Saber, em Feira de Santana, nesse último dia 19 de novembro, foi um sucesso!

As apresentações de nossas crianças, suas maquetes coloridas e brilhantes, a tecnologia sustentável de seus robôs feitos de embalagens de iogurtes, nos falaram sobre como devemos cuidar melhor de nosso pequeno planeta azul, e nos ensinaram que é tempo de reciclar as ideias, em prol de uma relação mais equilibrada com nosso planeta e seus recursos. De um modo tão simples, nos demonstraram como querem construir o futuro, mais limpo, com mais conhecimento e cuidado.

As maquetes sendo montadas no saguão do Museu Parque do Saber.


Muitas falas saíram lindas, enquanto outras quase não puderam ser ouvidas em meio aos ruídos de fundo, próprios de uma feira de salão com quase duzentas pessoas. Mas os olhinhos diziam tanto... A timidez, a insegurança, a surpresa, a novidade e o modo de experimentar as coisas pela primeira vez são próprias do aprendizado. A Terra está em eterno movimento pelo espaço tempo, de forma que nada acontece duas vezes do mesmo modo ou no mesmo lugar, há como que uma singularidade própria a cada instante, e viver é aprender algo novo a cada dia.

Reciclando ideias, em prol de uma relação mais equilibrada com o meio ambiente.


Aprendi com cada um de vocês, mesmo com aqueles que pela dinâmica do evento não pude ter maior contato. Porque o que mais me fascina em estar no papel de educador é a possibilidade de aprender.     


Pois, assim foi, e quando fecho os olhos ainda vejo os rostinhos de todas as crianças presentes, sorrindo, felizes, entusiasmadas, e dos pais, orgulhosos e contentes com as conquistas intelectuais e práticas de seus filhos. Essas lembranças voltam na memória e me alimentam de coisas boas.

Desde então estou trabalhando em um evento da UFRB,  em Cruz das Almas,  e só agora tive oportunidade de vir aqui e escrever um pouco sobre nossa Mostra. Mas durante todo o dia de ontem, as lembranças ficaram voltando à minha memória, e a cada pouco eu comentava com quem estivesse ao meu lado, sobre tudo o que vivi em companhia de todos vocês. Volto a fechar os olhos e me lembro das imagens do campo magnético da Terra, esvoaçante como um véu, se alongando no espaço sideral circundante, soprado pelo vento solar. E lembro-me das imagens da superfície de Marte, das crateras que vimos na Lua e em Mercúrio, da Estação Espacial Internacional, nos lembrando que a astronáutica e seus frutos já são um passo sem volta na construção do futuro da humanidade. Lembro-me das imagens que vimos de Júpiter, de suas manchas atmosféricas, das formações de furacões gigantes em sua superfície e do pequeno Lucas respondendo acertadamente que a rotação de Júpiter se realiza em pouco menos de dez horas; lembro do nosso querido Hugo, que ao ser questionado se Júpiter era um planeta gasoso ou rochoso, não teve dúvidas em responder que o maior dos planetas do nosso sistema solar é gasoso; de todas as crianças respondendo em uníssono, em tom firme e confiante e em volume bem alto, que a Terra gira para o leste!

Lembro-me de cada detalhe, de cada expressão, de cada rostinho, de cada gesto de carinho, dos comentários dos pais, da satisfação em seus semblantes. E agradeço a todos, a começar pela nossa querida coordenadora Izabella Saback, que sempre acreditou e incentivou o Projeto de Olho no Céu, e nossas diretoras Ana e Ana Rita, que desde que a ideia desse projeto surgiu, durante um passeio pedagógico pela Chapada Diamantina, nos apoiaram em tudo o que foi preciso, não apenas de forma material e profissional, mas também com muito carinho, atenção, envolvimento pessoal e deferência.


As famílias compareceram em peso para a IV Mostra de Astronomia Despertar.


Também precisamos destacar o trabalho realizado em sala de aula pelas nossas queridas professoras Daniela, Emilly, Luana e Renata, que se empenharam em introduzir-se no assunto astronomia, para darem o melhor de si na construção desses conhecimentos junto com as turmas e assim alcançarmos o sucesso que tivemos.

Somos gratos ainda a toda a equipe do Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, pelo apoio na realização do evento, e à nossa querida cidade de Feira de Santana, por oferecer para toda a sua população e à toda região do Recôncavo, do sertão próximo e da capital, um super espaço de entretenimento e educação, equipado com um instrumento pedagógico maravilhoso, repleto de possibilidades didáticas, como é o caso do planetário ZKP-4 Quinto, da Karl Zeiss, disponibilizado pelo Museu Parque do Saber.  


Fernando dando início à sessão na cúpula do planetário.

E, por fim, mas especialmente, preciso agradecer aos pais e familiares pela presença em nossa Mostra, pelo incentivo e acompanhamento dos interesses de seus filhos pelo assunto, em casa, e agradecer às crianças, que são a razão de todo nosso empenho e nossas melhores esperanças para a construção de um planeta melhor para vivermos. Agradeço às crianças ainda por sua generosidade espontânea, sua alegria, pelo carinho, pela curiosidade e vontade de aprender, que alimentou a nós, educadores envolvidos, durante toda essa jornada pelas estrelas. 

O Projeto de Olho no Céu é um projeto educacional de vanguarda, o tipo de projeto emplacado somente por escolas muito comprometidas com os valores educacionais mais legítimos e contemporâneos, e que sem o apoio e o acompanhamento da família não teria jamais a mesma força e o mesmo efeito. 

Enfim, fica aqui registrado o meu agradecimento a todos vocês que participaram dessas conquistas e farão parte dessas lembranças, com as quais me alimentarei até o próximo ano, e por muitos outros anos ainda.

A todos vocês, meu abraço mais carinhoso, e vamos continuar de Olho no Céu!

Fernando H. Munaretto

11/19/2013

NOSSO ENCONTRO NO PLANETÁRIO É HOJE!

Oi, turminha!

Hoje é um dia especial e estou muito feliz com a perspectiva de encontrá-los e aos seus pais e familiares, no início da noite, durante a IV Mostra de Astronomia da segunda série, no Museu Parque do Saber, em Feira.

Estou ansioso para ouvi-los falar e ver a apresentação de cada grupo. Então, se o bom tempo permitir, faremos uma observação do céu ao ar livre, no pátio do Museu, e então entraremos para dar início a nossa sessão na cúpula do Planetário, que terei o prazer de ministrar.

Espero ver todos lá, convide o papai, a mamãe, seus familiares, pois tenho certeza de que teremos uma noite brilhante!

Forte abraço a todos!
Fernando

11/17/2013

DICA DE OBSERVAÇÃO 17/11/13

Oi, turma!

Você já viu a Lua hoje? Ela está linda, na constelação do Touro. A estrela que podemos ver ao sul da Lua hoje (lado direito no início da noite), se chama Aldebaran, que é a estrela alpha do Touro.

No lado oeste do céu, se destacando das estrelas, podemos observar o planeta Vênus. Ele é muito evidente, sua luz é bem alva, intensa e não cintila. Você o reconhecerá!

E mais tarde teremos Júpiter, em Gêmeos.
Na terça feira dia 19 iremos fazer uma bela observação juntos, na companhia dos pais e familiares da turma, e poderei dar mais algumas dicas, pessoalmente, para você acompanhar o céu do último terço da primavera e do verão.

Um forte abraço a todos! 
Fernando

11/15/2013

O CÉU DO DIA XV DE NOVEMBRO DE 1889.

Olá, turma!

Hoje é feriado e aproveitei para passar aqui e escrever um breve artigo. Mas, porque mesmo o dia 15 de novembro é feriado?

Porque foi a data da proclamação da República Federativa do Brasil, no ano de 1889.

Antes do dia 15 de novembro de 1889, o Brasil vivia sob o regime de monarquia, era chamado de Império e seu imperador era Dom Pedro II, filho de Dom Pedro I e Dona  Leopoldina, e pai da Princesa Isabel.

A queda da monarquia no Brasil não foi tão traumática para a família real quanto foi em outros lugares. Talvez porque o próprio imperador fosse relativamente complacente com o emergente movimento republicano. A família real foi exilada, na Europa, de onde provinha, e continuou ostentando um excelente padrão de vida. 

Como um elo com o passado, a bandeira republicana manteve as mesmas cores e as mesmas formas geométricas da bandeira do Império, permanecendo o retângulo verde, o losango amarelo, e substituindo apenas o brasão imperial.

Na heráldica da bandeira do Império, o verde estava associado à Casa de Bragança, o amarelo à Casa dos Habsburgos (família da mãe de Dom Pedro II), e ao centro está o brasão imperial, que continha, entre outros elementos, vinte estrelas, representando as vinte províncias do Império, que circundam as quinas de uma Cruz de Malta com uma esfera armilar ao centro. 


Bandeira do Brasil Imperial, anterior a 15 de Novembro de 1889. Sua versão original, foi feita pelo famoso pintor Jean Baptiste Debret.

Os republicanos mantiveram as cores e as formas da bandeira imperial e apenas trocaram o brasão do Império pela esfera celeste, onde representaram as principais estrelas que estavam sobre a cidade do Rio de Janeiro (então Capital do Brasil), no momento da proclamação da República.

Entre as principais estrelas que estavam acima do horizonte no momento que nascia a República, foram escolhidas as que desde então passaram a representar cada estado da federação.

As estrelas e os respectivos estados que elas representam na Bandeira do Brasil atual.


O Décio Villares, que foi o artista que desenhou a bandeira do Brasil República, usou como referência uma esfera celeste, que situa as estrelas pela perspectiva de quem estivesse a olhar do céu para a Terra, e não da Terra para o céu, e, por isso, as estrelas na Bandeira do Brasil parecem invertidas. 

Bandeira original de 19 de novembro de 1889, contendo 21 estrelas.


A Bandeira do Brasil atual possui 27 estrelas, uma para cada estado da federação e uma representando o Distrito Federal.


Ao longo do tempo foram acrescentadas novas estrelas na Bandeira do Brasil, para representar os novos estados que foram sendo criados, mas a Bandeira é basicamente a mesma desde sua criação.

Poucas pessoas notam isso, mas ao observarmos com atenção a constelação do Cruzeiro do Sul, como está representada na Bandeira Nacional (com a estrela Mimosa à direita e a estrela Intrometida à esquerda), perceberemos que a posição das estrelas está invertida em relação à forma como as observamos no céu.

Por trazer estas características astronômicas e ao mesmo tempo poéticas, considero a Bandeira da República Federativa do Brasil a mais interessante entre as bandeiras dos países.

Aproveite o feriado!
Fernando 

11/13/2013

UM ENCONTRO BRILHANTE!

Oi, turminha!

Hoje eu vim aqui para agradecer a todos vocês pela maneira carinhosa e atenciosa com a qual me receberam ontem na escola. Para mim foi um momento muito divertido e produtivo estar com vocês para falarmos sobre o Sistema Solar e outros assuntos da astronomia.

Devo dizer ainda que fiquei muito contente ao perceber que o assunto está sendo bem desenvolvido e assimilado pelas turmas, com o empenho das nossas queridas professoras e o apoio dos pais, e fiquei especialmente feliz quando perguntei quem estava observando e acompanhando Vênus no céu ao início das noites, e muitos responderam positivamente e demonstraram estar acompanhando o planeta.

Se você ainda não parou pra observar Vênus ao início das noites, experimente tentar hoje. Ao final da tarde, lá estará Vênus, se destacando de todos os outros astros do céu no lado oeste, ao início das noites, por todo o mês de novembro. Chame alguém para observar com você, e divida com outras pessoas o conhecimento que você tem construído.

Então, vamos aproveitar esta última semana antes de nossa mostra científica de astronomia, que ocorrerá na semana que vem no Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, em Feira, para nos concentrar nas informações que cada equipe pretende apresentar. Tenho certeza de que será um momento muito especial em nossas vidas!

Na ilustração acima, vemos representados os principais planetas do nosso Sistema Solar. Os mais próximos do Sol são os planetas rochosos, a começar por Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Depois vem uma região chamada de Cinturão de Asteróides, que provavelmente são resíduos do material de um planeta que não conseguiu se formar ou não conseguiu se manter coeso, e depois vem os planetas gasosos, a começar pelo maior de todos, Júpiter, depois Saturno, Urano, e Neptuno. Ao fundo, podemos observar o planeta Plutão, que em 1996 foi reclassificado para uma nova classe de planetas, chamados planetas anões, que são muito maiores que os asteroides, mas menores que os demais planetas. Na ilustração ainda vemos um cometa indo em direção ao centro do sistema, e a Lua acompanhando a Terra. 

Um forte abraço a todos, e espero voltar nos próximos dias com mais algumas postagens.
Fernando

11/11/2013

OBJETOS HUMANOS NA FACE VISÍVEL DA LUA

Oi, turma!

No Brasil, que é um país ocidental e está sob forte influência cultural dos Estados Unidos, estamos bastante familiarizados com o fato de que foram os estadunidenses os primeiros seres humanos a pisarem na Lua, mas em geral, desconhecemos que foram os russos os primeiros a orbitar a Lua e a descer objetos humanos em sua superfície (com o Projeto Luna, que antecedeu ao sucesso do Projeto Apollo).



Na imagem abaixo estão assinalados os lugares aonde alunissaram as naves enviadas pela então União Soviética (Rússia) e pelos Estados Unidos, na face visível da Lua. Confira os pontos de alunissagem:


Localização dos sítios onde pousaram as naves russas e norte-americanas na face visível da Lua.



Na fotografia acima vemos assinalado o local onde alunissou a primeira nave tripulada, na região sul do chamado Mar da Tranquilidade. 

Na imagem acima estão nominados os principais acidentes geográficos (ou lunográficos) da face visível da Lua.


Na imagem acima vemos o lado oculto da Lua, que fica virado para o espaço sideral e que por isso não podemos observar da Terra. Os primeiros a visualizarem esta face da Lua foram os russos, e por isso muitos dos acidentes geográficos observados nesta região ganharam nomes russos, como é o caso da depressão (mancha escura) na parte superior da imagem à esquerda, chamada Mar de Moscou. Note ainda que este lado da Lua possui menos depressões do que no lado que podemos ver desde a Terra (as depressões são regiões mais baixas da superfície lunar, que recebem menos luz do Sol e por isso parecem escuras).
 
Observar a Lua e reconhecer suas principais características físicas e seus principais acidentes geográficos (ou lunográficos) é muito legal e fácil de aprender. Que tal experimentar?

Abraço a todos!
Fernando







NOSSO ENCONTRO DO DIA 12/11

Oi, turminha!

Saudade de todos vocês! Amanhã teremos mais uma oportunidade de estarmos juntos para conversarmos sobre a Lua, o Sol, a Terra, os planetas e outros astros que compõe nosso sistema solar. Quero ouvi-los falar sobre o conhecimento construído em sala de aula com a ajuda das nossas queridas professoras Daniela, Emilly, Luana e Renata, sob coordenação de Izabella Saback, e mostrar algumas imagens em detalhes da Lua e das missões lunares dos anos 1960 e 1970. 

Vamos nos divertir muito e adquirir novos saberes, pois o conhecimento é tão importante para nossa mente quanto o alimento é importante para o corpo. Quanto mais nossa mente se alimenta de conhecimento, mais forte e poderosa ela fica.

Nos veremos amanhã, na escola!
Forte abraço a todos!
Fernando

11/01/2013

EFEMÉRIDES ASTRONÔMICAS - NOVEMBRO DE 2013.




Oi, turma! 

Hoje, quando novembro chegou, encontrou Júpiter entre as estrelas dos Gêmeos, enquanto a constelação do Caranguejo (Cancer) ascendia sobre o horizonte. Júpiter era o astro de maior magnitude aparente no céu daquela hora, ganhando altura no oriente, dois graus a leste de Wasat (Delta Geminorum). No sudeste, Sírius e Canópus, as estrelas de maior magnitude aparente do céu, cintilavam lindamente. No poente, Sadalmelik (Alfa Aquarii), e Enif (Epsilon Pegasi), perdiam altura num mergulho lento para o oeste. Antes da terceira hora da madrugada nasceu Marte, em Leão. Na quarta hora nasceu a Lua, em Virgem. O aspecto lunar, delgado, minguante, anunciava a chegada do Sol. Como um mantra espontâneo principiando um rito ancestral, o gorjeio dos pássaros deu início ao arrebol do primeiro dia do novembro que nascia.


Nesse mês deve acontecer um evento capaz de causar fortes emoções e deixar uma lembrança marcante na mente de quem o assistir. Por volta do dia 11, ladeando a estrela Zavijava (Eta Virginis), deverá ser visível a olho nu, no céu da madrugada, o tão aguardado cometa 2012 S1, ISON. Sua magnitude aparente aumentará à medida que o cometa se aproximar do Sol. No dia 18 o cometa ISON passará por Espiga (Alfa Virginis), e antes do alvorecer do dia 24 ISON formará uma belíssima e inesquecível conjunção com Saturno, Mercúrio e Zuben El Genub (Alfa Librae). Será um evento imperdível para os amantes do céu


Nossa estrela mãe iniciou o mês na constelação da Balança (Libra), em conjunção com Mercúrio. No dia 07 entrará em conjunção com a estrela Zuben El Genub e com o planeta Saturno. No dia 23 nossa estrela entra nos limites oficiais da constelação do Escorpião (repare que, graças ao chamado Movimento de Precessão dos Equinócios, atualmente há uma diferença de quase um mês na posição do Sol em relação às constelações zodiacais, para a data vigente dos signos na astrologia). Dia 30 o Sol entra nos limites oficiais da constelação do Serpentário (Ophiucus).


Mercúrio, na antiga Grécia e depois, em Roma, na crença politeísta daqueles povos foi relacionado com a figura de um mensageiro, o Mensageiro dos Deuses. Sempre indo e vindo de um lado a outro do Sol, ora se antecipando ao caminho de nosso Astro Rei entre as estrelas do zodíaco, ora percorrendo seu rastro, o pequeno planeta entrou novembro em conjunção com o Sol, mas, expedito, já ao terceiro dia do mês alcança as estrelas da constelação da Virgem, onde fará breve incursão até voltar à Balança no dia 19. Nos dias seguintes, quem se levantar antes do Sol poderá ver Mercúrio aproximando-se angularmente de Saturno e de Zuben El Genub (Alfa Librae), até que nos dias 24 e 25 os três astros nascerão em conjunção com o cometa ISON, adornando de maneira singular e efêmera a hora alva do dia.

Vênus, sempre tão linda e encantadora, continua emprestando alegria à noite de cada um dos dias desse segundo terço da primavera. Sua luz, emprestada do Sol é tão bela e causa tanta alegria aos olhos dos amantes do céu, que, de alguma maneira, parece refletir muito mais luz do que registra seu albedo. O mais “feminino” entre os planetas, relacionado pelos antigos gregos e romanos como a Deusa da Beleza e do Amor, iniciou novembro entre as constelações do Serpentário e do Sagitário. Mais precisamente (segundo o software que consulto para aferir estas posições), Vênus amanheceu o dia primeiro no Serpentário e anoiteceu em Sagitário. Quem a acompanha sabe quão rápido Vênus (e Mercúrio) se deslocam no firmamento. No dia 06 Vênus ladeará a Lua, oferecendo um belíssimo espetáculo ao público, na Terra. Início: crepúsculo vespertino. Local: lado oeste do céu. Não deixe de assistir! Mais uma produção da Natureza, em cartaz no céu de algum lugar da sua cidade! E a agenda de Vênus não para por aí: no dia 11 o planeta pode ser observado ao lado de Kaus Borealis (Lambda Sagitarii); dias depois deve ocultar a estrela Phi Sagitarii, e o fim da ocultação deve se dar ao entardecer do dia 16. No dia 18 Vênus oculta a estrela Nunki (Sigma Sagitarii). É muito legal acompanhar Vênus no dia a dia. Você já a observou nesta temporada? Se não, ah! Se dê esse prazer, ela está ali, no final da tarde, ao seu alcance, como o terceiro astro de maior magnitude aparente (depois do Sol e da Lua), no lado oeste do céu. Vênus permanecerá em Sagitário até o final do mês, vale a pena conferir!

Marte, o Deus da Guerra no politeísmo greco-romano, tinha dois cães terríveis, que se chamavam Phobos e Deimos. Quando os astrônomos descobriram que o planeta Marte tinha duas pequenas luas, deram-nas o nome dos cães de Marte. Phobos e Deimos são dois imensos asteroides, com aquele aspecto irregular que lembra a forma de uma batata, e que provavelmente em algum momento do passado foram capturados pelo campo gravitacional de Marte. Na antiga Grécia, o planeta Marte chamava-se Ares. O novembro de 2013 encontrou-o entre as estrelas do Leão, discreto, visível apenas nas madrugadas. No dia 26 Marte alcança as estrelas da Virgem e, na madrugada seguinte, 27, Marte nasce a 5º da Lua, minguante.  

Júpiter está todo bonitão, com seu belo tom amarelo, na constelação dos Gêmeos, nascendo por volta das 22 horas e quarenta minutos. No dia 21 poderá ser observado a menos de 5º da Lua.

Saturno começou o mês entrando em conjunção com a estrela Alfa Librae e com o Sol. Ao alvorecer dos dias 24 e 25 Saturno ascenderá sobre o horizonte leste em conjunção com Mercúrio, com a estrela Alfa Librae e com o cometa ISON. Imperdível!

A Lua iniciou novembro em Virgem, nascendo como um delgado minguante a menos de 5º de Porrima (Gamma Virginis).

Dia 02 Lua em conjunção com Espiga (Alfa Virginis).

Dia 03 Lua nova, em conjunção com Mercúrio e Saturno.

Dia 05 a Lua poderá ser observada como um delgado crescente, no lado oeste do céu, próxima à estrela Antares (Alfa Escorpii).

Dia 06 Lua a menos de 10º de Vênus, no lado oeste do céu.

Dia 10 Lua em quadra crescente.

Dia 17 Lua cheia, a cerca de 6º das Plêiades, na constelação do Touro.

Dia 18 Lua a cerca de 4º de Aldebaran, a leste das Híades, em Touro.

Dia 21 Lua a cerca de 5º de Júpiter, nos Gêmeos.

Dia 25 Lua em quadratura minguante.

Dia 27 Lua a cerca de 5º de Marte.

Bem, espero que a efeméride deste mês sirva às suas observações do céu e lhe estimule nessa aventura que a observação celeste nos proporciona. Um abraço a todos!

Fernando