3/20/2013

FELIZ OUTONO PARA TODOS!

Olá, pessoal!

Nesta linda manhã ensolarada, por volta de 8 horas no horário de Brasília, aconteceu o equinócio de outono, que é quando o Sol, em seu caminho aparente, alcança a intercecção entre a linha do equador celeste e a linha da eclíptica. 

Chamamos de equador celeste, a projeção do equador terrestre na esfera celeste.  

Eclíptica é a linha que o Sol aparentemente percorre no céu ao longo da translação da Terra.

Devido à inclinação axial da Terra (inclinação do eixo de rotação terrestre), ao longo de uma translação haverá o momento em que o hemisfério sul do planeta estará recebendo a luz do Sol de modo mais direto, e por mais tempo, é o verão.

Com o deslocamento da Terra em torno do Sol, começa haver um equilíbrio na incidência da luz solar entre os dois hemisférios e o verão vai findando.  Se aproxima o outono.

Quando o Sol finalmente intercepta o equador celeste, há o momento máximo desse equilíbrio da incidência de luz e os dois hemisférios são iluminados com a mesma intensidade, a duração do dia e da noite são iguais. É o que está acontecendo hoje. 

Então, estamos vivendo este momento de EQUINOX, ou seja, de equilíbrio da noite (em relação ao dia).

Como a Terra não pára e segue impávida sua dança em torno do Sol pelo espaço-tempo, nossa linda estrela amarela parecerá, gradativamente, dia após dia, nascer cada vez mais ao norte do equador celeste. Na prática, depois desse período de equilíbrio na duração de tempo dos dias e das noites, para um observador na superfície da Terra, o Sol parecerá nascer cada dia mais ao norte do ponto onde nasceu hoje, 20 de março, dia do equinócio de outono 2013. Será a vez do hemisfério norte do planeta ficar voltado mais tempo e de forma mais direta para o Sol.

Por isso sentiremos gradativamente a temperatura mais amena; menos quente em Feira de Santana, esfriando forte em Porto Alegre. Quanto mais próximo dos Trópicos e para além, em direção aos pólos, mais acentuada são as diferenças entre as estações.

A temperatura influencia muito no comportamento dos gases que formam a atmosfera, causando diferentes regimes climáticos de acordo com a incidência da luz solar. 

Legal, não é? Tudo por causa do eixo de inclinação da Terra. 

Pois, o máximo deslocamento aparente do Sol para o norte é delimitado pelo Trópico de Câncer. Daqui a três meses, em 21 de junho, quando o Sol aparentemente alcançar o Trópico de Câncer, ocorrerá o chamado Solstício de Inverno, quando ocorre a noite mais longa do ano nas regiões ao sul do equador (e o dia mais longo para quem vive ao norte do equador).

A palavra Solstício deriva de um étimo latino para "Sol estático", momento em que o Sol alcança o limite máximo de seu deslocamento aparente em relação ao equador celeste. Ao norte do equador celeste, este deslocamento aparente do Sol é delimitado pelo Trópico de Câncer, e, ao sul do equador celeste, pelo Trópico de Capricórnio.  

Então, após o solstício de inverno, gradativamente o Sol irá retroceder, nascendo e se pondo a cada dia mais ao sul, em direção ao equador celeste novamente até alcançá-lo, três meses depois, em setembro.

Lembre-se que o hemisfério que está sofrendo menos insolação, tende a ter menor temperatura. 

Ao interceptar novamente o equador celeste, o Sol ocasionará novo equilíbrio na incidência de luz sobre ambos os hemisférios da Terra, e então teremos novo equinócio, agora de Primavera, com seu próprio regime climático.  Isso acontecerá por volta do dia 21de setembro. Ou seja, daqui a seis meses.

Hoje o Sol está na constelação dos Peixes; em 21 de setembro, estará na constelação da Virgem, em posição cento e oitenta graus oposta a que se encontra agora. Voltemos a este artigo, em setembro!

A Terra, como sempre, seguirá sua translação e cada dia o Sol parecerá nascer um pouquinho mais ao sul do equador, até que em dezembro aparentemente alcançará o Trópico de Capricórnio, ocasionando novo Solstício, agora de verão.

Então o ciclo recomeça, sem nunca ter parado.


Na ilustração acima, perceba que quando a Terra está no lado direito da ilustração, o Pólo Sul fica completamente iluminado pelo Sol, ocasionando o verão no hemisfério sul da Terra (inverno no hemisfério norte). Três meses depois, com o deslocamento da Terra em torno do Sol, nossa estrela mãe iluminará os dois hemisférios com a mesma intensidade, então será o equinócio de outono (como aconteceu hoje). Mais três meses de translação e a Terra fica exatamente a 180º de onde estava seis meses antes. Nesse momento de sua translação, repare que é o Pólo Norte do planeta que fica totalmente iluminado, enquanto o Pólo Sul fica imerso na umbra. Mais três meses e novamente a Terra se coloca em posição de equinócio, com os dois pólos recebendo a mesma intensidade de luz; será o equinócio de primavera. Então, em junho e em dezembro temos os pontos de SOLSTÍCIO, e em março e em setembro, os EQUINÓCIOS. Imagem: www.prefeitura.sp.gov.br

E mais...

Você já parou pra pensar que quando é verão no hemisfério sul, o Sol não se põe sob o horizonte no círculo antártico, e que quando é inverno, ele fica o tempo todo abaixo do horizonte, naquela região? 

Pois é... Quem estiver por lá, no verão verá o Sol andando de lado, paralelo ao horizonte, sem se pôr e nem nunca subir mais que certa altura no céu. E no inverno, tal observador terá apenas a companhia das estrelas, sem ver o Sol durante meses.

A mesma coisa ocorre no círculo ártico. No verão o dia dura meses, e no inverno quem perdura é a noite. Entre o inverno e o verão, está a primavera, onde o crepúsculo matutino anda de lado, e entre o verão e o inverno está o outono, onde o crepúsculo vespertino é quem perfaz o círculo do horizonte.

Apreender e assimilar todas estas informações requer um tempo. Por volta de 1992 eu li um livro chamado "No país das Sombras Longas", do Hans Huesch, que trata da história de uma família de esquimós que nunca tinha tido contato com a civilização moderna. A história é toda baseada em dados reais de cultura e costumes esquimós, vividos e estudados pelo autor do livro, e nele podemos apreender muitas informações interessantes sobre a geografia deste incrível planeta Terra. Eu recomendo a leitura!


O livro conta a história de uma família inuit, da nação indígena esquimó, e seu primeiro contato com a civilização moderna. Trata-se de uma leitura empolgante, emocionante, onde o leitor é convidado a vivenciar o dia a dia da vida primitiva na região ártica. O nome do livro é uma referência ao fato de que, nessa região da Terra, o Sol caminha paralelo ao horizonte, nunca ascendendo ao alto do céu. Dessa forma, incidindo de lado, a luz solar sempre causa longas sombras nos objetos. Em outros lugares, como em Salvador, esse fenômeno das sombras longas pode ser observado no início das manhãs ou ao final das tardes.


Um grande abraço e um feliz outono para todos!
Fernando  

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